quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

É muita locução, interjeição, exclamação, pra pouca reticências...

É muito comodismo, muito moralismo inflável, muita masculino-feminilidade sem base.
As pessoas parecem crescer com convicções provindas do útero, cheias de não me toques, de atirar um quintilhão de pedras em tetos de vidro, de plástico, madeira ou doces.
Nada maleável, nada elástico, nada passível de mudanças ou adaptações.
O homem é macho, rei da floresta, o topetudo, musculoso ou barrigudo, de brilhantina e galochas, montado em um carro vermelho que reflete seu ego protuberante.
A mulher é submissa de umas tantas outras "funções sociais", barriga quente, a 'frufruzinha', a dengosa ou manhosa, de vestido rodado e crianças pregadas nas bordas, empunhando a frigideira ou colocando as vestes no varal que reflete seu ego vazado (esperando a ser preenchido por tal protuberância).


E enquanto o homem se masturba social, moral e fisicamente, ou ainda quando a mulher balança mas não para de segurar com firmeza nas morais e nos costumes que dita a tradição, os imorais se condicionam para mostrar ao mundo o que realmente é viver e ser.
O real homem se livra dos estereótipos cafajestes e se delicia com o sorriso daquela pessoa que o faz feliz ali e agora, nos momentos que vivenciam por prazer. Trabalha o dia todo e ainda compra chocolates e dá flores sim, mas sabe também comprar o vinho que ela gosta e preparar um jantar só para poder propor um sexo mais ousado que vai lançar o relacionamento num looping de felicidades simplistas.
A real mulher se livra dos pregadores, deixa os filhos na escola, veste seu traje social combinado com saltos agulha e batom vermelho e vai trabalhar. Sai estampando o mais largo e belo sorriso do prazer simplista de poder ser o que quiser, de estar com quem se quer e não saber o amanhã. Saltita até uma loja de lingeries na hora do almoço e, sem deixar de pensar nas caras e bocas que vai receber de presente nesta noite sensual, escolhe a mais cara delas, vermelha, com rendas e fitas de tirar o fôlego.
E depois do dia atarefado, as surpresas revigoram, fazem renascer o desejo e a vontade de estar "aqui e agora".
Então deitam-se, agora para dormir o sono que eles merecem, simplesmente por serem aquilo que querem pra si e que recebem em dobro.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

E quem sabe se foram realmente felizes para sempre...

Relacionar-se é complicado.
Na melhor hipótese; dá certo. Na pior; deixa seqüelas não apenas nos dois principais envolvidos, bem como em seus progenitores, familiares mais próximos, amigos comuns.
Nessa precária situação, na qual o assassino se faz de vítima para si e para o mundo, numa falha tentativa de se afastar dos pesos da verdade, o verso da folha se risca e se rabisca, se molha e se seca, se retorce, se amassada, se rasga, mas depois se alisa.
Nada é tão mal que tenha vindo de apenas uma cabeça; quem dirá de dois corações?
Então a valsa aperta, Julieta se despede de Romeo, Bentinho julga Capitu, Luísa se deleita em Basílio e se redime com Jorge, pagando com a própria morte.
O fim, o túnel escuro que algumas vezes teima em sugerir certa luz em seu final. Grande perda de tempo, acúmulo de lágrimas, disparate individual e afetuoso.
Chega o momento de aceitar. E dói, não hei de mentir! Mas a dor, sábio ditado popular, é só uma prova de que você está vivo.
E o que sobra é a oração tão presente e tão usual: Por favor, meu Deus, me guia, me ilumina e me orienta. POR FAVOR, MEU DEUS.