quarta-feira, 24 de abril de 2013

Os ques...

Às vezes dói, aperta, sufoca. Mas eu nem sei direito o que!
Sinto a ebulição das lágrimas, o palpitar do coração, a falta de ar que reprime um grito; uma explosão!
Queria muito - às vezes, demais - poder me fazer compreender com uma singela piscadela, um estalar da língua, com o silêncio que vem se tornando não um conforto, mas um aliado, um corriqueiro ato comum.
A vulnerabilidade dos dias passa correndo - e escorrendo - pelo meio dos meu dedos, cintura, umbigo e pés. O sim de ontem vira o não do mês que vem, e o talvez se divide em sempre e nuncas que distorcem a identidade que um dia lavei e passei pra usar como minha.
A corrida do tempo e a hibernação dos meus atos se enfrentam todos os dias, como dois lobos mortos de fome em cima de uma carcaça de um animal pútrido que um dia já planou nos céus.
Consigo querer e não o mais querer em frações de segundos. Consigo (e quem diria?) amar e odiar no mesmo instante!
Os momentos se contraem rapidamente e me custam semanas pra dilatar, expandir, revestir e reinventar.
Quem sou eu? O que quero? O que posso? O que permito? O que faço? O que deixo fazerem por mim? O que deixo fazerem em mim? 
Céus! Quantas interrogações, quantas ações, quantos verbos!
Mas antes ser o verbo e a consciência, do que ser o substantivo cheio de alienações, de falsas verdades absolutas e modeladoras de pessoas vazias num todo.
Serei, como sou ou fui. Mas o que, ainda não sei.