segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Raiar de Outro Dia

    Saio da ducha refrescante, penteio os cabelos ainda molhados (indo contra uma tendência feminina de se preocupar com os fios quebrados que aparecerão) e visto o shorts do pijama por cima de gotas geladas que escorrem em minhas costas.
    Ainda apreciando esta sensação, sinto seu toque quente e aveludado, deslizando do meu ombro ao meu joelho em tal sincronia 'tchaikovskiana'. O sorriso que o segue é mero reflexo de uma paixão antiga e lapidada.
    Orbitando em seu eixo, eu fico. Envolta por um magnetismo que nem gravidade explica, entrego-me às suas instabilidades e às suas nocividades.
    No entanto, chega a Lua, e sei que é hora de partir. A brisa gélida toma o lugar do bafo quente de sua presença. Então pego um cobertor e prolongo, em uma ilusão psicológica, o conforto do seu abraço - que só voltará no raiar do outro dia.

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